11 de dezembro de 2013

Diagnóstico do Autismo: DSM-IV x DSM-V

Há muito o que se falar sobre a mudança no diagnóstico do autismo, proposto pela Associação Psiquiátrica Americana (APA) em maio de 2013. Sua mais recente publicação, a quinta versão do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), apresenta alguns pontos de divergência em relação ao seu antecessor o DSM-IV de 1994. Alguns dos pontos que mais chamam a atenção são a nova nomenclatura e o fato de não existir mais um critério específico para Alterações na Linguagem.

Em relação à nomenclatura, ao invés de se falar em cinco tipos diferentes de transtornos, passa-se a usar apenas um, considerando seus diferentes graus. A mudança no nome está baseada em longos estudos, não considerando mais a presença de cinco transtornos dentro do Espectro Autista, mas de quatro dentro de um Transtorno do Espectro Autista (TEA). Tal mudança se justifica pela constatação de que é melhor a classificação por graus do que por rótulos, visto que muitos sintomas são semelhantes nas síndromes que o DSM-IV considerava como diferente. Essa mudança oferece mais segurança para o profissional fazer um diagnóstico do transtorno.




 A proposta do DSM-V está baseada em dois pontos:

 1. Comunicação Social e os Déficits - ponto que apresenta três características, das quais deve-se preencher todas pra que haja um diagnóstico positivo;

2. Comportamento fixo ou repetitivo - apresentando quatro características, das quais pelo menos duas devem estar presentes.




A Linguagem está intimamente ligada com as habilidades sociais, visto que os déficits de comunicação interferem no comportamento social. Além disso, os atrasos na Linguagem não estão presentes apenas no TEA e não é um fator obrigatório em todos os transtornos do espectro. Assim, a Linguagem, continua sendo contemplada, mas não de forma específica, estando implícita nas ideias de:

ü  Problemas de interação social ou emocional alternativo;
ü  Graves problemas para manter relações;
ü  Problemas de comunicação não verbal.

Apesar do número de critérios para o diagnóstico ter sido reduzido nessa nova versão do DSM, tornado-o mais específico, isso proporcionou mais segurança para o profissional na hora de afirmar se o paciente possui ou não autismo. O diagnóstico exige, contudo, uma escuta bastante atenta dos familiares e do histórico clínico do paciente, pois não há marcadores biológicos capazes de determinar a presença do TEA.
É importante ressaltar que a mudança nos critérios de diagnósticos ainda é muito recente e que, portanto, devemos esperar para ver como os profissionais, os portadores do transtorno e seus familiares reagiram à mudança.


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